PROSPECÇÃO DE OFFTAKERS DE PRODUTOS AGROFLORESTAIS

A PRETATERRA e o banco suíço UBS fazem parceria com importadores holandeses para garantir a compra e o preço premium do café agroflorestal
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Para garantir a conversão da monocultura em sistemas agroflorestais biodiversos, os agricultores devem ter segurança de mercado. Com essa visão, a PRETATERRA, maior pólo de inteligência agroflorestal do mundo, e o banco suíço UBS, maior instituição bancária privada do planeta, estão desenvolvendo um projeto cafeeiro para sistemas agroflorestais no município de Timburi, sudoeste de São Paulo. A iniciativa já conseguiu garantir a pré-venda e o preço premium do café produzido pelas famílias que fazem parte do Projeto.

Diferentes modelos de intervenção foram desenvolvidos para a região. O principal é o café, que será produzido em linhas intercaladas com outras culturas e com sombreamento. Para garantir a geração de renda dos produtores, a PRETATERRA firmou parceria com o The Coffee Quest, que reúne exigentes compradores internacionais interessados em cafés cultivados em sistemas agroflorestais. “A ideia é aprimorar as técnicas de pós-colheita para agregar ainda mais valor ao produto”, afirma a engenheira florestal e bióloga Paula Costa, uma das fundadoras da PRETATERRA.

O Coffee Quest Brasil surgiu em 2019, em parceria com a The Coffee Quest Europa, empresa com sede na Holanda. A ideia nasceu para criar um exportador focado em promover cafés especiais com uma boa história. A empresa acredita na cadeia de valor do futuro, na promoção de inovações, na agricultura regenerativa e na qualidade do café por meio do processamento pós-colheita.

“Um dos maiores desafios dos sistemas agroflorestais é ser capaz de demonstrar ao mercado a qualidade intrínseca e excelente densidade nutricional dos produtos agroflorestais. Não adianta produzir se não podemos vender. Por isso, é preciso comemorar a pré-venda para um mercado diferenciado, como fizemos”, enfatiza o engenheiro florestal Valter Ziantoni, fundador da PRETATERRA.

O bioma Mata Atlântica possui tanta biodiversidade quanto a Floresta Amazônica. Reserva da Biosfera declarada pela UNESCO, a Mata Atlântica abriga 75,6% das espécies ameaçadas e endêmicas do Brasil, tornando sua conservação uma prioridade no país. Hoje, apenas 15% da cobertura vegetal original permanece, a maior parte em pequenos fragmentos de floresta secundária. “Assim como a Mata Atlântica, a agricultura familiar é um dos agentes mais negligenciados nos sistemas alimentares. Com grande potencial para colaborar na solução dos principais desafios da nossa era, como as alterações climáticas e a fome, quem de fato coloca comida na nossa mesa tem de receber a atenção e os incentivos que merecem”, destaca Paula Costa.

Precisamente para resolver esses dois desafios, a PRETATERRA e o banco suíço UBS estão desenvolvendo o projeto no município de Timburi. Com investimento da “UBS Optimus Foundation”, a PRETATERRA tem como missão mudar a paisagem de 100 hectares de Mata Atlântica da região. Chamada de “Bacia Hidrográfica do Alto Paranapanema” ou região do Alpa, ela foi escolhida pela PRETATERRA por sua importância ecológica estratégica: contém três importantes áreas de proteção ambiental e um grande reservatório de água doce de alta qualidade. Além disso, sua economia ainda é baseada na agricultura familiar.

Nesta primeira fase do projeto, serão plantadas cerca de 100 mil árvores, que irão fixar mais de 50 mil toneladas de CO2 nos próximos 20 anos. Pelo menos 35 famílias de agricultores da região serão beneficiadas diretamente, recebendo apoio e consultoria para o desenvolvimento de modelos agroflorestais em suas propriedades. Outras 200 famílias serão contempladas, indiretamente, a partir da dinamização das cadeias produtivas próximas e da promoção do turismo ecológico. Outros agentes locais, como universidades, creches, secretarias de meio ambiente dos municípios de Timburi e Piraju, além da Embrapa Solos, também farão parte do Projeto.

A ideia é que o projeto em Timburi seja o ponto de partida para um plano agroflorestal mais amplo, capaz de formar um corredor ecológico ao longo do rio Paranapanema – que marca a divisa entre São Paulo e Paraná – até próximo ao sul do Mato Grosso do Sul. “Não se trata apenas de uma mudança para uma agricultura mais regenerativa: estamos abordando e testemunhando o nascimento de uma transformação do sistema produtivo atual”, frisa Ziantoni.

Paula acrescenta que “é vital harmonizar o conhecimento científico com o natural, a floresta e as pessoas, a alimentação e a produção, o trabalho e o bem-estar. A agrofloresta de Timburi nasceu com o propósito de criar um celeiro de inovação e cultura agroflorestal no estado de São Paulo, tornando-se referência mundial ”.

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14/06/2022

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